Porto Maritime Week 2021

O presente e o futuro da indústria naval nacional esteve em análise na PORTO MARITIME WEEK 2021, numa sessão moderada por Mário Pinho, secretário-geral da AIN – Associação das Indústrias Navais, e com a participação de Francisco Barbosa, director-geral da Navaltagus, Jorge Martins, fundador da Neptune Devotion, Luís Braga, director comercial da Lisnave, e Vítor Figueiredo, administrador da West Sea.

O sector, que tem registado um crescimento anual desde 2011, tem vindo a recuperar paulatinamente depois de muitos anos de recessão. Só em 2020, a construção naval registou um crescimento de 18% face a 2019, com a manutenção e reparação naval a obter um crescimento de 26%, o que no total corresponde a um volume de negócios de cerca de 250 milhões de euros.

No entanto, alguns desafios colocam-se nos dias de hoje, como a falta de mão-de-obra qualificada, o envelhecimento da força de trabalho e das infra-estruturas fabris, a regulamentação desactualizada e o impacto das questões ambientais, a concorrência dos países com baixos custos de produção e as regras da concorrência internacionais desleais. Outra das questões abordadas foi a falta de apoio, por parte do Governo, ao sector.

O director-geral da Navaltagus revelou que na componente da construção naval, a empresa está a tentar posicionar-se na área da electrificação de navios e ferries, como é o caso do ferry eléctrico que está a ser construído para operar em Aveiro, e a ver que oportunidades existem no negócio do refit de embarcações.

Luís Braga, da Lisnave, referiu que as grandes dificuldades com que a empresa portuguesa se depara estão relacionadas com a falta de mão-de-obra qualificada e a concorrência com estaleiros que conseguem praticar preços mais baixos.

O fundador da Neptune Devotion, empresa especialista no refit de embarcações de recreio de até 55 pés, Jorge Martins, falou sobre a criação da empresa, há apenas quatro anos, e a aposta que foi feita na construção de um barco de recreio português que pudesse ombrear com aquilo que de melhor se fazia no mundo. O resultado obtido não podia ter sido melhor, com a embarcação a ganhar vários prémios internacionais.

Vítor Figueiredo, da West Sea, disse que nos últimos dois anos, apesar da pandemia, a West Sea conseguiu crescer e ter um volume de negócios considerável. O administrador do estaleiro sedeado em Viana do Castelo acrescentou que a West Sea conseguiu entrar no mercado da conversão de navios, tendo conseguido fazer a conversão de dois navios a diesel tradicional para gás natural, acreditando que este é um mercado promissor.

Ver artigo sobre a sessão na Transportes & Negócios, organizadora do evento.