Cooperação SEA Europe/AIN Capital Humano

No passado dia 30 de janeiro a AIN participou na reunião do grupo de trabalho “Capital humano” do comité de Diálogo Social para a Indústria Naval, onde foram discutidas as prioridades e os desafios que os estaleiros enfrentam atualmente. As contribuições centraram-se nas questões associadas aos trabalhadores, quer à falta de jovens que queiram entrar no sector, quer nas lacunas ao nível das competências.

De um modo geral todos os participantes partilharam a dificuldade que sentem em atrair jovens para o sector e ao mesmo tempo retê-los após lhes ser dada formação. Os jovens, disponíveis no mercado de trabalho, ou não possuem as competências necessárias por falta de formação adequada ou não identificam na indústria naval uma possibilidade de carreira. Para contrariar esta dificuldade, em alguns países têm sido desenvolvidas campanhas de recrutamento em universidades, dias de promoção das empresas e quais as oportunidades de carreira no sector.

A questão da falta de trabalhadores tem ainda maior impacto quando associamos o envelhecimento dos trabalhadores que integram atualmente o sector. Em Portugal, por exemplo a média de idades dos trabalhadores é de 55 anos, o que se revela problemático quando a passagem do conhecimento não é assegurada, resultando inevitavelmente na perda de competências exclusivas da indústria naval.

Além disso, as pequenas empresas têm muitas dificuldades nas novas tecnologias, é necessário estabelecer um plano que permita preparar as pequenas empresas para lidar mais facilmente com o impacto das novas tecnologias num futuro próximo.

Na perspetiva da AIN é necessário implementar um sistema de previsão e antecipação das competências, atualizar o Catálogo Nacional de qualificações, oferecer programas de formação específicos para o sector, desenvolver a tutoria interna para promover a transferência de conhecimento e estimular a formação em local de trabalho e por outro lado, desenvolver formação que permita aos trabalhadores utilizar as novas tecnologias.

Na reunião foi ainda discutida a possibilidade de criar uma grande empresa de subcontratação na europa para fornecer trabalhadores dependendo dos picos de trabalho em cada país. Esta proposta acredita que a criação destas empresas na europa poderá ajudar a assegurar a mão-de-obra qualificada que se tem revelado tão necessária, assegurando boas condições de trabalho e salários compatíveis, evitando o cenário atual de escassez de trabalhadores. Estas grandes empresas poderão também ter como responsabilidade a formação dos trabalhadores.